quinta-feira, novembro 17, 2005

Luta contra a gripe das aves vai exigir 850 milhões de euros

O Banco Mundial estima que serão necessários entre 640 e 850 milhões de euros, nos próximos três anos, para lutar contra a gripe das aves nos países já afectados e nos que correm risco de contaminação. A responsável pelo departamento de Saúde e Alimentação do Banco Mundial, Fadi Saadah, disse que o montante foi calculado em função da actual epidemia da gripe das aves no sudeste asiático, mas não tem em conta o eventual cenário de uma pandemia de gripe humana."Nesse caso, essa quantia teria de multiplicar-se várias vezes", disse Saadah perante especialistas de todo o mundo reunidos na sede da Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra, para debater estratégias de combate à doença entre as aves.Durante a conferência, que hoje termina, foram lançados repetidos alertas sobre o elevado risco de ocorrer uma pandemia humana, em consequência de uma possível mutação genética do vírus da gripe das aves que lhe permita transmitir-se facilmente entre pessoas.A representante do Banco Mundial disse ainda que 90 por cento dos recursos disponíveis para lutar contra a doença deverão destinar-se directamente aos países afectados e de maior risco, para que se apliquem programas de prevenção e controlo a nível nacional.Por seu lado, a subdirectora-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Louise Fresco, disse que os países com maior risco são o Bangladesh e a Índia, tal como as regiões do Cáucaso, Médio Oriente e o continente africano.Fresco, que falava também em nome da Organização Internacional das Epizootias (OIE), afirmou que os dois organismos precisam de 45 milhões de dólares (38 milhões de euros) para implementar medidas no âmbito animal nos países afectados e de alto risco durante o próximo semestre.Desse montante, 15 milhões de dólares (13 milhões de euros) iriam para planos de prevenção e para o reforço dos laboratórios nacionais. O restante serviria para melhorar a qualidade dos serviços veterinários, elaborar campanhas de vacinação de aves e indemnizar os criadores que tenham de sacrificar animais suspeitos de terem contraído o vírus, entre outros.Esta especialista revelou que vários países afectados pediram assistência à FAO e à OIE por se sentirem "ultrapassados" pela situação.A directora-geral adjunta da OMS, Margaret Chan, estimou em 20 milhões de dólares (17 milhões de euros) as necessidades financeiras do seu organismo para assistir de imediato aos países.Explicou que a OMS tem cinco estratégias prioritárias baseadas na redução da exposição dos seres humanos ao vírus, através de um contacto controlado com as aves, o reforço dos sistemas de alerta nacionais e globais, e medidas de contenção da doença (isolamento das aves suspeitas).Alem disso, a OMS planeia ajudar os países a elaborar os seus planos de preparação e promover a aceleração das investigações sobre uma futura vacina