domingo, outubro 30, 2005

Aviso europeu para não comer ovos crus causa polémica

Catarina Gomes
A Agência Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) esclareceu ontem que não existem quaisquer indicações de que o vírus da gripe possa transmitir-se ao homem por ingestão alimentar, mas aconselhou que se elimine este "risco potencial" evitando a ingestão de consumo de ovos e carne de aves crus. O alerta foi já contrariado e considerado alarmista.
"A via mais provável de contágio humano do H5N1 [estirpe da gripe das aves mais perigosa] é o contacto com animais infectados vivos e não o consumo de aves ou ovos. Esta possibilidade não pode contudo ser excluída", diz a agência.
Por precaução, e com o objectivo de evitar os riscos conhecidos de envenenamento de alimentos por salmonela e outros organismos, "a EFSA reitera as suas recomendações, efectuadas há longa data, de se cozer suficientemente a carne de aves e os ovos". Mas informa que, "na União Europeia, a presença do vírus H5N1 não foi até agora detectada em aves vendidas para consumo".
"Mesmo sendo pouco provável que o H5N1 possa transmitir-se através de carne ou ovos crus, cozê-los de forma suficiente pode matar o vírus e eliminar qualquer risco potencial", explica a EFSA, agência com sede na cidade italiana de Parma.
O comunicado da agência europeia, divulgado ontem, foi já alvo de críticas. A Comissão Europeia apressou-se a garantir que não há "risco de consumo" de aves e ovos na União Europeia devido à gripe das aves, refere a Associated Press. "Consideramos que não há um risco de contaminação pelo consumo de ovos crus", assegurou o porta-voz do comissário europeu da Saúde, Markos Kyprianou, Philip Tod. Vários produtores de aves dos Vinte e Cinco protestaram contra a EFSA por ter criado medos em torno do consumo de carne de aves (Publico)