Gripe das aves detectada em 60 espécies selvagens em vários países
O vírus da gripe das aves já foi detectado em pelo menos 60 espécies selvagens em vários países, algumas das quais, como o pardal e o pombo, abundantes em Portugal, onde a doença não foi detectada.Além daquelas duas espécies, a lista elaborada pelo Centro Nacional de Saúde da Vida Selvagem (NWHC, na sigla inglesa) dos Estados Unidos indicava ainda, em Julho último, outras espécies já atingidas pela doença e também existentes em Portugal, como a perdiz chucar, a garça real e a garça branca pequena (conhecida como carraceiro).Domingos Leitão, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), disse à Lusa que não existe razão para alarme, tendo em conta que o vírus não foi detectado em Portugal e "afecta principalmente as aves aquáticas".Em comunicado divulgado hoje, a SPEA informa que o "vírus da gripe aviária continua fora das rotas migratórias que passam em Portugal".Questionado sobre a eventual perigosidade da transmissão do vírus através do pombo torcaz, por ser uma ave migratória, Domingos Leitão afirmou que o vírus já foi detectado no pombo doméstico - mas não em Portugal -, que habitualmente circula pelas cidades, e biologicamente é possível que o torcaz possa ser igualmente afectado."Estamos na cauda da rota migratória"Contudo, "não devemos entrar em alarmismos, estamos na cauda da rota migratória destas aves e se o vírus for detectado será interceptado mais a Norte, ainda antes de chegar a Portugal", acentua o mesmo especialista.Esta ave, mais abundante nos meios rurais e florestais, chega a Portugal para passar o Inverno em grandes bandos vindos do Norte e do Leste da Europa e fixa-se principalmente no Alentejo e Ribatejo, explicou.Esta espécie alimenta-se sobretudo de bolota que encontra nos sobreiros e azinheiras, chegando a reunir na mesma "árvore-dormitório" um milhão de pombos.
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