África é próxima paragem
joana ferreira da costa e ricardo garcia
O Médio Oriente e a África de Leste poderão ser a próxima paragem na rota da gripe aviária. A Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO), teme que o vírus se continue a propagar ao longo das rotas migratórias, mas sobretudo que chegue à África de Leste, onde o controlo veterinário e o abate de animais infectados será mais difícil.Apesar de os focos da doença detectados até agora na Rússia, Roménia e Turquia coincidirem com uma importante rota de migração, não se sabe com precisão que papel as aves migratórias estão a ter na dispersão da estirpe mais letal do vírus da gripe, o H5N1. As aves aquáticas são "o reservatório natural do vírus da gripe aviária", segundo uma nota informativa da Direcção-Geral de Saúde. Mais resistentes à doença, os patos selvagens podem transportar o vírus a grandes distâncias, contaminando posteriormente outras aves.Com as rotas de migração a penetrarem no continente africano de Norte a Sul, existe uma possibilidade teórica de o vírus chegar a países subsarianos. As aves migratórias deverão também chegar aos países africanos do vale do Rift, nomeadamente à Etiópia, ao Quénia e à Tanzânia, entre Dezembro e Março. O responsável veterinário da FAO alertava esta semana para a importância dos países do médio Oriente e do Norte de África se prevenirem contra o vírus aviário. Sobretudo nos "países do Leste africano, onde os serviços veterinários, devido a múltiplos constrangimentos, terão dificuldades em montar uma resposta à gripe das aves, quer através do abate de animais infectados quer da vacinação", defendeu Joseph Domenech.Mas há uma série de factores que podem limitar este risco. Quer ao nível da penetração do vírus no continente africano, quer na sua disseminação aos animais e ao homem.O ornitólogo Rui Rufino diz que os patos têm migrações mais curtas. Além disso, a probabilidade de contágio de outras aves vai depender de condições climáticas: num período mais seco, as aves estão mais concentradas nas poucas áreas alagadas, aumentando o risco de contágio.África pode funcionar como uma zona de mesclagem de aves de diferentes rotas migratórias. A área imediatamente a sul do Sara está ocasionalmente pejada de zonas húmidas, onde muitas aves aquáticas passam o Inverno. Sempre acaba por haver alguma mistura da avifauna.Quanto à possibilidade de o vírus aviário se dispersar e infectar seres humanos, apesar de existir, será bastante mais reduzido em África do que nos países asiáticos, defende o director do Instituto de Medicina Tropical, Jorge Torgal. "Em em África não existem grandes explorações e as pessoas não vivem muito próximas dos animais, que circulam ao ar livre", explica. Também para Armando Lousã, professor de saúde pública na Faculdade de Veterinária da Universidade Técnica de Lisboa, a Ásia é a região do mundo mais susceptível ao disseminar da doença. "Em África as aves são criadas junto aos aglomerados urbanos e não têm a densidade que existe em Ásia". A existência de surtos isolados no continente africano é uma hipótese e por isso é fundamental a adopção de medidas preventivas, concluiu. Marrocos, Senegal, Egípto, Quénia, Uganda, Ruanda, Tanzânia e a Etiópia anunciaram esta semana a adopção de medidas de prevenção contra o vírus (Publico)
O Médio Oriente e a África de Leste poderão ser a próxima paragem na rota da gripe aviária. A Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO), teme que o vírus se continue a propagar ao longo das rotas migratórias, mas sobretudo que chegue à África de Leste, onde o controlo veterinário e o abate de animais infectados será mais difícil.Apesar de os focos da doença detectados até agora na Rússia, Roménia e Turquia coincidirem com uma importante rota de migração, não se sabe com precisão que papel as aves migratórias estão a ter na dispersão da estirpe mais letal do vírus da gripe, o H5N1. As aves aquáticas são "o reservatório natural do vírus da gripe aviária", segundo uma nota informativa da Direcção-Geral de Saúde. Mais resistentes à doença, os patos selvagens podem transportar o vírus a grandes distâncias, contaminando posteriormente outras aves.Com as rotas de migração a penetrarem no continente africano de Norte a Sul, existe uma possibilidade teórica de o vírus chegar a países subsarianos. As aves migratórias deverão também chegar aos países africanos do vale do Rift, nomeadamente à Etiópia, ao Quénia e à Tanzânia, entre Dezembro e Março. O responsável veterinário da FAO alertava esta semana para a importância dos países do médio Oriente e do Norte de África se prevenirem contra o vírus aviário. Sobretudo nos "países do Leste africano, onde os serviços veterinários, devido a múltiplos constrangimentos, terão dificuldades em montar uma resposta à gripe das aves, quer através do abate de animais infectados quer da vacinação", defendeu Joseph Domenech.Mas há uma série de factores que podem limitar este risco. Quer ao nível da penetração do vírus no continente africano, quer na sua disseminação aos animais e ao homem.O ornitólogo Rui Rufino diz que os patos têm migrações mais curtas. Além disso, a probabilidade de contágio de outras aves vai depender de condições climáticas: num período mais seco, as aves estão mais concentradas nas poucas áreas alagadas, aumentando o risco de contágio.África pode funcionar como uma zona de mesclagem de aves de diferentes rotas migratórias. A área imediatamente a sul do Sara está ocasionalmente pejada de zonas húmidas, onde muitas aves aquáticas passam o Inverno. Sempre acaba por haver alguma mistura da avifauna.Quanto à possibilidade de o vírus aviário se dispersar e infectar seres humanos, apesar de existir, será bastante mais reduzido em África do que nos países asiáticos, defende o director do Instituto de Medicina Tropical, Jorge Torgal. "Em em África não existem grandes explorações e as pessoas não vivem muito próximas dos animais, que circulam ao ar livre", explica. Também para Armando Lousã, professor de saúde pública na Faculdade de Veterinária da Universidade Técnica de Lisboa, a Ásia é a região do mundo mais susceptível ao disseminar da doença. "Em África as aves são criadas junto aos aglomerados urbanos e não têm a densidade que existe em Ásia". A existência de surtos isolados no continente africano é uma hipótese e por isso é fundamental a adopção de medidas preventivas, concluiu. Marrocos, Senegal, Egípto, Quénia, Uganda, Ruanda, Tanzânia e a Etiópia anunciaram esta semana a adopção de medidas de prevenção contra o vírus (Publico)
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